quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Força Que Nunca Seca

Já se pode ver ao longe
A senhora com a lata na cabeça

Equilibrando a lata vesga
Mais do que o corpo dita
O que faz e equilíbrio cego
A lata não mostra
O corpo que entorta
Pra lata ficar reta
Pra cada braço uma força
De força não geme uma nota
A lata só cerca, não leva
A água na estrada morta
E a força nunca seca
Pra água que é tão pouca


Essa música de Chico César retrata a perseverança e a força do povo sertanejo para sobreviver e encontrar esperança onde aparentemente não há. A música pode ser encontrada na barra lateral deste blog interpretada por Chico César, seu compositor, e Maria Bethânia.

Tecnologia social no sertão nordestino

Fundação Banco do Brasil

           De acordo com Soraia Ponte, funcionária do Banco do Brasil, a Fundação do Banco do Brasil atua como braço social da instituição na forma de identificar e mobilizar diferentes fatores sociais, buscando a solução efetiva para aspectos fundamentais do desenvolvimento sustentável de comunidades brasileiras. Após conversarmos um pouco com Soraia, descobrimos como funciona o método usado pelo Banco para patrocinar projetos de tecnologia social, além de conhecer um pouco alguns que eles já patrocinaram.
Para a Fundação, “Tecnologia Social” refere-se aos diferentes produtos, técnicas ou metodologias desenvolvidas em interação com as comunidades e que resultam em soluções efetivas de transformação social permitindo atuação da fundação. O Banco do Brasil tem como conceito de Responsabilidade Socioambiental ter a ética como compromisso e respeito como atitude na relação com os interessados. Dentre as ações de RSA, a relação com a comunidade é relevante para o Banco. A Fundação Banco do Brasil contribui para realizar as ações de melhoria da sociedade, por meio dos eixos de educação e geração de renda, permeados pela tecnologia social.
Todo investimento social da fundação é direcionado à reaplicação de tecnologias sociais nas áreas da geração de trabalho e renda e educação, promovendo o protagonismo social e solidariedade econômica com o cuidado ambiental e o respeito às culturas locais.  Como exemplo, o PAIS (Programa Agroecológico Integrado Sustentável), que é uma horta orgânica, em formato de mandala, onde, no centro possui um galinheiro e dentro da propriedade do agricultor é formado também um quintal ecológico, em que se planta frutas e outras culturas, visando a segurança alimentar.
E Também o Balde Cheio, que tem como fundamento principal a sustentabilidade da criação da bovinocultura de leite, por meio da garantia da alimentação, e, portanto, da produtividade do leite nos períodos de estiagem, o que pode ser aplicado no sertão nordestino.
Além disso, o Banco possui o prêmio Fundação do Banco do Brasil de Tecnologia Social, criado em 2001, que funciona como um instrumento de identificação, seleção, certificação, promoção e formatos de tecnologias que apresentem respostas efetivas para integrar o Banco de Tecnologias Sociais. Em 2011, foram inscritas 1116 soluções sociais que serão certificadas e boa parte inserida no Banco de Tecnologias Sociais, para que possam contribuir com o desenvolvimento social, apresentando alternativas para a superação das desigualdades e principalmente da pobreza no nosso país. A partir de 2003, a Fundação liderou um processo de, além da disseminação do termo "tecnologia social", a criação de uma Rede de Tecnologia Social, hoje conhecida como RTS.
A Rede tem o propósito de verificar as necessidades das diversas regiões para melhoria dos problemas sociais e buscam parcerias para a reaplicação das tecnologias. A participação é aberta às instituições legalmente constituídas no país.

Associação Cultural e Socioambiental Velho Chico

Através de uma breve entrevista, conversamos com o professor Wellington Magalhães, diretor, presidente e fundador da Associação Cultural e Socioambiental Velho Chico (ACSVC), que nos contou como tudo começou, a história da associação e os planos para o futuro.
O início dessa história foi há cinco anos, quando D. Luiz Cappio, bispo católico brasileiro, utilizou como estratégia de luta uma greve de fome assumindo publicamente sua posição contrária ao projeto do Governo Federal de transposição das águas do Velho Chico. Foi aí que professor Wellington, seus alunos e outros professores ficaram curiosos e resolveram tentar entender como realmente estavam as condições ambientais e sociais do rio e do povo ribeirinho.
“Nesta ocasião, senti um forte apelo interior para ir ao oeste da Bahia conhecer de perto as condições do rio e do seu povo”, diz Wellington, que desceu 500 quilômetros do Velho Chico, em um caiaque, e passou por lugares muito degradados ambiental e socialmente. Quando voltou, mobilizou muitas pessoas e criou a ACSVC, que luta pela revitalização do Rio São Francisco, bem como pela melhoria da condição social do trabalhador rural ribeirinho. Sua missão é integrar, mobilizar as comunidades educativas e a sociedade em geral, conscientizando-os sobre os problemas relacionados ao meio ambiente, em especial do rio São Francisco e de sua população.
Através da mobilização de 24 instituições educacionais, da Pastoral da Comunicação, de empresas privadas e do Programa Chão e Paz transmitido pela TVE/Bahia, a associação contribuiu para a melhoria da qualidade de vida dos ribeirinhos e para a bacia hidrográfica do São Francisco, com ações de, por exemplo, doações de cestas básicas, doação de mudas para serem plantadas nas margens do rio e, para 2011, além do plantio de mais 15 mil árvores, a meta principal é implantar o projeto de educação ambiental e coleta seletiva nas instituições de ensino, empresas e comunidades. O objetivo é recolher resíduos, que serão geradores de recursos, e os valores provenientes da reciclagem, serão destinados a manutenção das atividades de caráter socioambientais da ACSVC e do Viveiro São Francisco de Assis.
Pelo menos uma vez por ano vou à região oeste da Bahia para olhar e sentir as águas do velho Chico no corpo. É uma forma de alimentar minha relação amorosa com ele e sua defesa.”, diz o professor, comprovando sua paixão pelo rio. Esse projeto já mobilizou aproximadamente trinta mil pessoas. E segundo Wellington a parte mais gratificante de tudo é ser reconhecido pelas crianças como o “Tio Velho Chico”, o professor que defende a natureza. E a maior dificuldade é a falta de auxilio por parte de muitos que podem ajudar, porém negam.
“Meu maior sonho é transformar a Associação em uma entidade sólida financeiramente e ser uma referencia de organização, honestidade e amor à natureza e a Deus.”, confessa professor Wellington.

A invisibilidade do povo sertanejo

A inversão de valores é uma problemática que assola a sociedade contemporânea como um todo e é facilmente perceptível nos noticiários, nos quais ações corruptas, violentas e de degradação do meio ambiente são relatadas. Inserido nesse meio social, o homem encontra-se diante da dificuldade de abdicar da postura conformista alienada. Entretanto, entre aqueles que tendo a ideologia voltada para o coletivismo e que decidem tomar atitudes altruístas, estão os que desenvolvem tecnologias sociais.
Desde a pré-história, o ser humano apropria-se de novas técnicas, através de sua inteligência, capacidade criativa. O homem manipulou o fogo, a roda, instrumentos de caça e pesca, a partir de observações: as chamas aquecem, afugentam animais perigosos, o formato circular permite o deslizamento da superfície do círculo no chão, podendo promover o deslocamento de pessoas e materiais. Hoje, na sociedade tecnologicamente desenvolvida em que vivemos, na qual existem eficientes meios de comunicação, a utilização da roda e do fogo parecem triviais. No entanto, para a época foi um grande avanço, visto que essas descobertas foram de caráter altamente utilitário. Assim, forma-se o princípio de que a tecnologia objetiva a  superação a algum empecilho, suprir uma necessidade ou, simplesmente, melhorar o padrão de vida, visando o conforto.
Na sociedade contemporânea, o capitalismo, sistema regente, induz à competitividade e ao individualismo. Essa realidade influencia as relações humanas como um todo, o que engloba importantes setores, como o ambiente político e acadêmico. Os cidadãos inseridos nesse universo tendem a agir e pensar de acordo com a ideologia capitalista. Uma das vertentes do capitalismo é a globalização, processo no qual, através dos sofisticados meios de transporte e comunicação, o mundo torna-se uma espécie de “aldeia global”, mas será que todo o globo tem acesso a aparatos tecnológicos? A resposta é simples: não. A população pobre, carente fica à margem da globalização. Muitas vezes, quase que países inteiros, como os subsaarianos do continente africano, são excluídos desse processo.
É alarmante que, em pleno século XXI, uma pesquisa realizada em 2005 pelo Instituto Internacional de Pesquisa de Políticas Alimentares revela que mais de 1 bilhão de pessoas não têm o que comer, quiçá podem ser consumidores de tecnologia. O capitalismo, a globalização e a tecnologia industrial, que visa o lucro dos grandes empresários, são excludentes. Muitos morrem de fome, vivem na miséria ou sofrem com o sistema de educação e de saúde precária. Assim, a importância da tecnologia social é observada. Diferentemente da industrial que objetiva suprir a demanda de aspirações do consumidor (muitas vezes modismos) a social busca sanar problemáticas sociais. Quem a produz, a apóia e a iniciativa são pessoas diferenciadas, que não pensam de maneira singular como prega o capitalismo e, sim, coletivamente, como fazem aqueles que se norteiam pelo princípio da solidariedade.
Tecnologia Social compreende uma maneira prática e, na maioria das vezes elaborada em comunidade, de promover o desenvolvimento sustentável e a inclusão social, desde que se leve em conta a realidade histórica, social, econômica e cultural.
A Tecnologia Social não se preocupa apenas com o resultado do projeto desenvolvido, mas também no modo de como será produzida. Assim, essas tecnologias são de fundamental importância para a população em si e para o meio ambiente, uma vez que há, acima de tudo, o comprometimento com a natureza e com o nosso planeta.
No Nordeste, devido à carência da população que vive em regiões secas, a tecnologia social tem um importante papel de inclusão, além de proporcionar uma melhor qualidade de vida para o povo nordestino.
Ainda assim, as pessoas, no geral, devem tomar consciência de que as atividades que as tecnologias sociais promovem em uma comunidade são de fundamental importância, uma vez que ajudam a desenvolver projetos necessário à busca da qualidade de vida de todos. Assim, a cada passo, a vida no Nordeste tende a melhorar.

Confecção do trabalho

O grupo de experiências coletando informações e  contactando responsáveis por projetos e empresas que patrocinam e/ou encorajam a realização de projetos voltados para o social, escreveram relatos sobre suas experiências com essas relações.


O grupo da enquete criando questões pertinentes sobre a realidade nordestina com o intuito de gerar discussões e coletar opniões sobre o assunto trabalhado.
  

O grupo de vídeo coletando informações para criar um clipe abordando o tema do projeto.


O grupo de texto autoral reunido para confeccionar um texto argumentativo sobre os problemas dos sertanejos.

O grupo do texto de apresentação trabalhando na realização do texto de introdução do blog.